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      CARCARÁ

      14 Mai 2021

      Carcará
      Caracara plancus
      Southern Caracara
      Também conhecido como caracará, carancho, caracaraí (Ilha do Marajó), gavião-de-queimada e gavião-calçudo. O carcará não é taxonomicamente uma águia, e sim um parente distante dos falcões. É tanto visto sozinho como em bandos numerosos em redor de mamíferos e carcaças. Ocorre em campos abertos, cerrados, borda de matas e inclusive centros urbanos de grandes cidades.
      Seu nome científico significa: do (tupy) caracará = onomatopeia indígena para o som emitido por esta ave da família Falconidae; e do (latim) plancus, plangos = águia. ⇒ Águia que emite o som “cará”, “cará”.
      Medindo cerca de 50-60 centímetros da cabeça a cauda, o peso do macho é de 834 g; a fêmea pesa 953 g e mede cerca de 123 centímetros de envergadura; o carcará é facilmente reconhecível quando pousado, pelo fato de possuir uma espécie de solidéu preto sobre a cabeça, assim como um bico adunco e alto, que assemelha-se à lâmina de um cutelo; a face é vermelha. É recoberto de preto na parte superior e possui o peito de uma combinação de marrom claro com riscas pretas, de tipo “carijó”; patas compridas e de cor amarela; em voo, assemelha-se a um urubu, mas é reconhecível por duas manchas de cor clara na extremidade das asas. Deve seu nome à vocalização que emite. O peso varia de 786-953 gramas.
      Não é um predador especializado, e sim um generalista e oportunista, assim como o seu parente próximo, o carrapateiro (Milvago chimachima). Onívoro, alimenta-se de quase tudo o que acha, de animais vivos ou mortos até o lixo produzido pelos humanos, tanto nas áreas rurais quanto urbanas. Adaptou-se à presença humana, comendo restos de comida no lixo das casas ou as vísceras de peixe nos acampamentos de pescadores (Antas, 2005; Sick, 1997). Suas estratégias para obtenção de alimento são variadas: caça lagartos, cobras, sapinhos e caramujos; rouba filhotes de outras aves, até de espécies grandes como garças, colhereiros e tuiuiús (Jabiru mycteria); arranha o solo com os pés em busca de amendoim e feijão; apanha frutos de dendê; ataca filhotes recém-nascidos de cordeiros e outros animais. Também segue tratores que estão arando os campos, em busca de minhocas e larvas ou pequenos vertebrados, como anfíbios Leptodactylus fuscus (Crozariol & Gomes 2009). É muito comum ser avistado ao longo das rodovias para alimentar-se dos animais atropelados. Fica nas proximidades dos ninhais para comer restos de comida caídos no chão, ovos ou filhotes deixados sem a presença dos pais. Chega a reunir-se a outros carcarás para matar uma presa maior. É também uma ave comedora de carniça e é comumente visto voando ou pousado junto a urubus pacificamente, principalmente ao longo de rodovias ou nas proximidades de aterros sanitários e locais de depósito de lixo. Dois hábitos pouco conhecidos são a caça de crustáceos nos manguezais (seja entrando na água para abocanhar os que estão perto, ou percorrendo o mangue a pé, na maré baixa) e a pirataria (o fato de perseguir gaivotas e águias-pescadoras (Pandion haliaetus), forçando-as a deixar a presa cair, que apanha em voo).
      Constrói um ninho com galhos em bainhas de folhas de palmeiras ou em outras árvores. Usa ninho de outras aves também. A postura do carcará é composta de dois ou três ovos, sendo raro encontrar um quarto ovo. A coloração dos ovos está entre o branco e o castanho avermelhado, podendo variar nas tonalidades existentes entre essas cores. Os ovos possuem manchas vermelhas ou castanhas e medem cerca de 56 a 61 mm de comprimento por 44 a 47 mm de largura. A incubação dura cerca de 28 dias e é feita por ambos os pais. O filhote sai do ninho por volta do terceiro mês de vida, mas continua demandando os cuidados dos pais por mais algum tempo. Segundo (Antas, 2005; Sick, 1997) os pais criam somente um filhote por temporada.
      Vive solitário, aos pares ou em grupos, beneficiando-se da conversão da floresta em áreas de pastagem, como aconteceu no leste do Pará. Pousa em árvores ou cercas, sendo frequentemente observado no chão, junto a queimadas e ao longo de estradas. Passa muito tempo no chão, ajudado pelas suas longas patas adaptadas à marcha, mas é também um excelente voador e planador; costuma acompanhar as correntes de ar ascendentes. Durante a noite ou nas horas mais quentes do dia, costuma ficar pousado nos galhos mais altos, sob a copa de árvores isoladas ou nas matas ribeirinhas.
      Possui uma distribuição geográfica ampla, que vai da Argentina até o sul dos Estados Unidos, ocupando toda uma variedade de ecossistemas, fora a cordilheira dos Andes. Sua maior população se encontra no sudeste e nordeste do Brasil. WIKIAVES 2021. Disponível em: http://www.wikiaves.com.br/wik... Acesso em: 3 de maio de 2021.

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        Localização  Miranda - MS
        -20.235958, -56.3751037
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