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      Leptodactylus cf. latrans - Butter Frog / Criolla Frog / Lesser Foam Frog / Rã-Manteiga... (Steffen, 1815)

      26 Ago 2018

      Amphibia: Lissamphibia: Batrachia: Anura: Neobatrachia: Bufonoidea: Leptodactylidae: Leptodactylinae

      Leptodactylus latrans (sinônimos: Leptodactylus ocellatus (Girard, 1853), veja Lavilla et al. (2010), e Leptodactylus macrosternum (Miranda-Ribero, 1926)) é uma rã pertencente à classe Amphibia, subclasse Lissamphibia, infraclasse Batrachia, ordem Anura, subordem Neobatrachia, superfamília Bufonoidea, família Leptodactylidae e subfamília Leptodactylinae. Não tenho certeza de que a espécie é L. latrans mesmo com sua ampla distribuição Brasileira, incluindo o estado do Ceará. Uma opção seria L. chaquensis (Cei, 1950), mas não tenho certeza tratar-se deste devido seu estado de distribuição. É mais provável tratar-se de um L. latrans do que de um L. chaquensis, mas não tenho como possuir certeza. O sujeito retratado é um espécime muito jovem, já que os adultos são muito maiores.

      De acordo com Borges-Martins et al. (2007), Leptodactylus latrans é a maior rã do Rio Grande do Sul. Os adultos têm um comprimento de 80 a 120mm (fêmeas com 80-110mm e machos com 90-120mm) (Achaval & Olmos, 2003). Entretanto, imaturos de Leptodactylus latrans, como o sujeito retratado, são muito, muito pequenos com um comprimento aproximado de focinho à traseira de 20mm ou menos. As cores variam muito do marrom, ao marrom escuro, ao verde. Seus corpos são cobertos por ocelos irregularmente padronizados. A área interorbital possui uma grande mancha negra triangular. O nome popular "rã-manteiga" dá-se devido a facilidade que elas têm de escorregar por entre os dedos. São de ampla distribuição na América do Sul e Leste dos Andes (Frost, 2004). IUCN (mais abaixo) listam sua distribuição no Brasil (Ceará, Amazonas, Bahia, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo), Argentina (Buenos Aires, Córdoba, Chaco, Corrientes, Entre Ríos, Formosa, La Pampa, Misiones, Neuquén, Río negro, Santa Fé, San Juan e San Luis), Uruguai (íntegra), Trinidad e Tobago (Pântano Icacos), base Orinoco da Colômbia e Sul da Venezuela, Guianas (apenas nas áreas de Savana), Sul através da Base Amazônica no Brasil ao Norte do Leste da Bolívia (Santa Cruz), e Leste do Paraguai. Wikipédia cita a distribuição também no Peru e Suriname. "A identidade dos espécimes referentes às espécies na Venezuela permanece incerta. Foram registrados do nível do mar até cerca de 1,400m acima do nível do mar." - IUCN, mais abaixo. L. chaquensis remetem ao L. latrans e é o motivo de minha incerteza sobre a espécie; porém, é mais provável tratar-se de um L. latrans dado o conhecido estado de distribuição, e mais improvavelmente um L. chaquensis também dado o conhecido estado de distribuição. O gênero, dúvidas para o lado, está 100% correto.

      Duas curtas cristas longitudinais podem ser vistas nas laterais da rã. Pude notar seis cristas longitudinais dorsalmente; as proximais das laterais são mais longas enquanto as mediais são curtas, porém mais longas que as das laterais. Isto significa que essa rã possuía cerca de 10 cristas com uma margem de erro de 1 a 2 para menos. Não sei se o número cresce ou decresce ao envelhecerem; o indivíduo retratado é um espécime muito jovem. As pernas são cobertas por ocelos. Cabeça com partes verdes quando jovens; adultos podem ter partes verdes na cabeça e próximas às cristas longitudinais. Uma listra pode ser vista percorrendo do focinho às costas dos olhos e passando sobre os tímpanos. A área debaixo dos olhos é mais clara. Membros anteriores são mais claros nos jovens (e possivelmente um pouco mais claros em adultos). Durante a temporada de acasalamento, que vai de Setembro a Março (ou Fevereiro) (Heyer et al., 1990), esses membros desenvolvem espinhos nos dedos para melhor agarrarem as fêmeas durante atividades sexuais e para a construção da massa espumosa para os ovos. Os dedos não possuem dilatações nem membranas interdigitais. Os machos constroem o ninho espumoso ao baterem as secreções glandulares das fêmeas em uma massa espumosa enquanto estão nas costas das fêmeas, estas que irão depositar cerca de 1.000 ovos (Achaval & Olmos, 2003). Esta massa protege os ovos, flutua na superfície da água e mede entre 120 e 250mm de diâmetro com um furo central entre 40 e 80mm de largura. A espuma é usada para reduzir o risco de predação e manter os ovos úmidos em regiões tropicais. Extensos cuidados maternais podem ser observados nesta espécie; as fêmeas são protetoras dos girinos e atacam potenciais predadores. Os girinos são de coloração escura e nadam em grupos em águas paradas. Quando a temporada de acasalamento começa os machos se escondem em vegetações aquáticas para chamarem as fêmeas em notas curtas e monótonas de baixa frequência. Isto ocorre mais frequentemente antes da chuva pois os ovos são depositados em poças sazonais.

      Canibais, os Leptodactylus latrans poderão se alimentar de membros da mesma espécie tal como Amphibia em geral, larvas e adultos de Insecta e artrópodes em geral, anelídeos, miriápodes e pulmonatos (Achaval & Olmos, 2003). Os girinos são onívoros e se alimentam de microrganismos, perifítons e carniças. Outros girinos carnívoros podem vir a se alimentar de girinos de Leptodactylus tal como insetos aquáticos, peixes e cobras. Os adultos são predados por cobras, aves e alguns grandes artrópodes.

      Seus habitats são muitos e incluem florestas tropicais primárias e secundárias, poças, pequenos lagos, áreas encharcadas, costa Atlântica, planícies elevadas, savanas, áreas abertas e secas, bordas florestais, no decorrer das margens de rios, e pampas. "São muito bem adaptados contra a modificação e perturbação de habitats" (IUCN, mais abaixo), dado mais confirmado através desta observação localizada em uma floresta tropical secundária, de certa forma degradada, no Brasil, Ceará, Fortaleza. "Também podem ser encontrados em jardins rurais, habitats secundários e áreas urbanas." (IUCN, mais abaixo)

      São de atividade diurna e noturna e são encontrados perto de poças. Isto é um provável mecanismo de defesa contra predação; se uma ameaça se aproxima, eles podem pular na água. São ótimos nadadores, mesmo que também sejam terrestres. A metamorfose normalmente começa cedo, fornecendo-os uma vantagem evolucionária sobre outros girinos competidores. Como os ovos são depositados em poças sazonais, a metamorfose precoce os favorecem antes que a poça seque. O risco de predação também é reduzido pois não há peixes em poças sazonais, e insetos aquáticos e girinos carnívoros oponentes tendem a se desenvolverem tardiamente após a formação das poças.

      Os girinos são agressivos contra as ameaças e normalmente tentarão morder para se protegerem. Eles seguirão sua mãe em grupos após o nascimento; a mãe irá protegê-los dia e noite. A mãe bate na superfície da água para alertar os girinos do aproximar de potenciais predadores para que eles nadem para debaixo dela.

      Durante estações quentes com intensiva necessidade de alimentação, o estômago das fêmeas e machos crescem em tamanho. O intestino dos machos é mais longo durante as estações quentes com intensiva necessidade de alimentação, enquanto o intestino das fêmeas é mais longo durante estações mais frias devido ao alto nível de estrogênio que ocorre antes da reprodução. Isto significa que o comprimento do intestino das fêmeas é relacionado à produção da gema dos ovos.

      Apesar de serem de baixa preocupação e não existir nenhuma ameaça significativa contra eles atualmente no relato da IUCN v3.1 ( http://www.iucnredlist.org/det... ) devido sua "...ampla distribuição, tolerância para uma ampla quantidade de habitats, presumida ampla população, e devido a improbabilidade de declínio populacional forte o bastante para listá-los em uma categoria mais ameaçada.", eles podem eventualmente serem posicionados em um nível mais ameaçado dado a caça por alimento e "extrema degradação de habitat e incêndios." De acordo com a mesma fonte que pode ser confirmada através desta observação, eles ocorrem em muitas áreas protegidas dentro de sua zona de distribuição. A drenagem de fontes de água, pesticidas, fertilizantes, poluentes e a introdução de espécies exóticas podem vir a ameaçá-los.

      Fontes:

      ( http://research.amnh.org/vz/he... )

      ( https://pt.wikipedia.org/wiki/... )

      ( https://amphibiaweb.org/specie... )

      ( http://www.ra-bugio.org.br/ver... )

      ( https://www.lafuc.com/leptodac... )

      L. chaquensis: ( http://www.iucnredlist.org/det... )

      ( http://eol.org/pages/332924/ov... )

      Data: 2 de Junho, 2018 às 14:23:20
      Local: Local: Ceará, Fortaleza, Trilha do Parque do Cocó (Lat: -3.75, Long: -38.49)

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        Localização  Brasil, Ceará, Fortaleza
        -3.7319029, -38.52673930000003
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